O Deter é o sistema de detecção em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Para executá-lo, o Inpe, instalado em São Paulo, se baseia em satélites, o que lhe possibilita orientar a fiscalização do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia diretamente em campo, todos os dias. É o acompanhamento mais eficiente da atividade humana na região. O último boletim foi divulgado hoje.
Em junho o Deter verificou 535 quilômetros quadrados de alterações. Em julho o registro subiu para 729 km2. O principal responsável foi o Pará, que respondeu por mais da metade (277 km2) em junho e continuou a liderar no mês seguinte, embora em proporção menor (232 km2).
Assim, dos 1.263 km2 de desmatamento e degradação de áreas novas na Amazônia no bimestre, a alteração no Pará foi de 532 km2. Mato Grosso e Rondônia ficaram quase empatados: 268 km2 e 263 km2. O surpreendente é o crescimento da destruição no Amazonas, antes intocado, que chegou a 167 km2.
Os números reais devem ser ainda maiores porque o satélite não penetra nas nuvens, que sempre cobrem parte das áreas, impedindo o trabalho de detecção. A rotina das constatações mostra que a Amazônia está muito longe de chegar à era da razão quanto ao uso dos seus recursos naturais.