A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou, ontem, o início da operação comercial da quarta e última unidade geradora da hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, que fica na divisa do Amapá com o Pará. Essa é a menor das máquinas. Instalada na segunda casa de força, sua potência é de apenas 3,4 megawatts.
Ela irá complementar a geração das três turbinas principais e permitir que a usina opere com sua plena capacidade, que é de 373,4 MW, o suficiente para atender o consumo de três mil pessoas. A potência firme durante o ano é de 217,7 MW. Essa energia já faz parte do Sistema Integrado Nacional, podendo ser comercializada no próprio local ou em qualquer ponto de consumo do país. A energia da usina entrará no mercado livre já a 1ª de janeiro.
A proprietária da usina é a multinacional EDP, que atua em 12 países e é a terceira maior produtora de energia eólica do mundo. No Brasil, está presente em nove Estados. A hidrelétrica do rio Jari, a maior sob seu controle, exigiu investimento de 1,4 bilhão de reais.
Originalmente, foi concebida para suprir de energia a fábrica de celulose que o milionário americano Daniel Ludwig implantou na região, hoje de propriedade do empresário paulista Sérgio Amoroso.
A hidrelétrica opera a fio d’água, com pequeno reservatório, de 31,7 quilômetros quadrados, formado acima da cachoeira de Santo Antônio, uma das mais bonitas da Amazônia, que – ao menos em tese – será preservada. O rio foi desviado na margem esquerda para ser utilizado como fonte de energia, num curso artificial. As águas, depois de turbinadas, voltam ao leito natural do Jari, abaixo das quedas d’água